Tu és especial para Deus!
Existe uma lenda entre os índios Cheyenne de uma aldeia isolada à beira da floresta. Durante anos sem conta, os adultos da aldeia cumpriram um determinado ritual. Um por um, eles costumavam sair sorrateiramente da aldeia e seguiam um trilho pelo interior da floresta até chegarem a um riacho de águas prateadas. Sobre o riacho haviam um tronco caído, já gasto pelos muitos pés que sobre ele tinham passado. Olhando em volta, para ter a certeza que ninguém o estava a observar, o índio caminhava sobre o trono. Agachando-se, olhava para o riacho para ver o seu reflexo na água. Depois, falando em voz baixa, começava a conversar com o riacho, contando-lhe os segredos mais profundos do seu coração. Isto dava-lhe uma sensação de alívio e de bem-estar. Quando terminava, voltava para a aldeia.
Apesar de todos os adultos da aldeia fazerem isto regularmente, ninguém falava do assunto. E, no entanto, todas as pessoas pareciam saber que todos faziam a mesma coisa.
Um dia, duas crianças índias encontraram o trilho na floresta. Curiosas, seguiram o trilho e encontraram o riacho de águas prateadas. Vendo o tronco caído sobre o riacho, resolveram caminhar sobre ele e olharam para baixo. Na água, viram o reflexo dos seus rostos. Passado pouco tempo, estavam ambas a conversar com o riacho, contando-lhe os segredos dos seus corações. E, com isto, sentiram-se bem. Muito bem.
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Depois, voltaram a correr pelo trilho em direcção à aldeia e chamaram os adultos. Quando lhes contaram o que tinham descoberto e feito, os adultos sentiram-se ofendidos - e ameaçados. Agarraram em pedras e expulsaram as duas crianças da aldeia.
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O significado desta lenda, segundo os índios, é que todas as pessoas precisam de alguém com quem falar, com quem se relacionar, de alguém a quem se possa contar os seus segredos do coração. Mas, como fazer uma coisa dessas é prova de fraqueza, ninguém quer que os outros saibam dessa necessidade.
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Os índios têm, em parte, razão. Nascemos com uma profunda necessidade de relacionamento. Já alguém disse que dentro de cada homem há sempre um menino que tenta agradar o pai. Acho que o mesmo acontece com a menina que há dentro de cada mulher. Dentro de todos nós há uma criança que precisa desesperadamente de depender de Deus.
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Todavia, a nossa sociedade fez algo de muito estranho. Mentalizou-nos que depender de Deus é sinal de fraqueza. Pensamos que o "sucesso" é a capacidade de enfrentar a vida sozinhos, de vencer sem ajuda de alguém - especialmente de Deus! Por isso, quando ouvimos alguém dizer: "Eu entreguei a minha vida a Deus!" ou "Entreguei a Jesus o controlo da minha vida!", pensamos imediatamente que essa pessoa é um fraco, um fracassado, um frustrado que não conseguiu vencer sozinho e teve que pedir ajuda a Deus.
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Este é, basicamente, um conceito ocidental. Muitas pessoas no chamado terceiro mundo e, praticamente, todos os orientais encaram a dependência do "mundo espiritual" como circunstância perfeitamente natural da vida. É uma tendência da sociedade ocidental, europeia e americana, com o seu forte senso de independência e individualidade, encarar com relutância um pedido de ajuda a Deus. No entanto, como os índios da lenda, quando estamos sozinhos com os nossos pensamentos e sentimentos, e somos honestos connosco mesmos, todos sentimos um forte impulso de abrir os nossos corações e contar os nossos segredos mais íntimos. E quando o fazemos, interiormente, sentimo-nos bem, pois no íntimo de cada ser humano há uma pequena voz que sussurra dizendo-nos que, apesar do que pensa o resto do mundo, Deus ama-nos e que somos especiais para Ele.
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O nosso problema é o orgulho. Não queremos admitir que somos incapazes de resolver sozinhos os problemas da vida.
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Charlie Brown, o famoso personagem das histórias aos quadradinhos, passa a vida a lutar contra isso. Um dia, Charlie estava a conversar com seu amigo Linus sobre a permanente sensação incapacidade que sentia. "Sabes, Linus", dizia o Charlie Brown entre suspiros, "isto vem desde o princípio. Desde o momento em que nasci e pousei o pé no palco da vida, olharam para mim e disseram logo: ESte tipo não vai ser capaz!"
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Quantos de nós, como Charlie Brown, já nos olhámos ao espelho e concluímos: "Eu não sirvo para este papel!" Este é o tipo de sensação que pode facilmente transformar-se em atitude - atitude de rejeição e incapacidade. Isso é, porém, uma perversão da verdade. É uma mentira, constantemente sussurrada aos nossos ouvidos pelo Diabo, tentando convencer-nos de que não fomos, realmente, criados à imagem e semelhança de Deus, que não temos qualquer valor para Deus e que, mesmo tendo Jesus Cristo realmente morrido na cruz, não o fez por minha causa. Se essa mentira não for corrigida, se essa atitude não mudar, pode facilmente conduzir à depressão ou a coisas ainda piores.
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Os humoristas tiram constantemente partido deste aspecto da nossa vida. Numa outra dessas bandas desenhadas de jornal havia um personagem esquisito sobre cuja cabeça pairava uma nuvem preta que o acompanhava para onde quer que fosse. Por onde quer que aquela figurinha patética passasse, aconteciam desastres. Caíam camiões de cima de viadutos. Caíam pianos do último andar de um prédio sobre os transeuntes. As pessoas que passavam na rua caíam em buracos abertos pela Câmara Municipal. A verdade é que aquilo só tinha piada porque cada um de nós se revia naquele “Zé Azarento”.
Muitas pessoas, no nosso mundo real, pensa que vive sob a mesma maldição. É como se uma sombra os envolvesse. Mais cedo ou mais tarde, pensam essas pessoas, a maldição vai atingir-nos e destruir-nos.
O facto é que tal opinião não está muito longe da verdade. A Bíblia diz-nos que todos os Homens são “pecadores”, ou seja, que os Homens tentam viver como se Deus e as Suas Leis não existissem. Isso conduz a uma profunda separação de Deus. Como resultado, já que todas as coisas boas vêm de Deus, o Homem comum não pode experimentar ou possuir qualquer bem verdadeiramente duradoiro.
David, um grande rei da história de Israel, teve uma óptima oportunidade de se ver bem de perto quando o profeta Natan o procurou e lhe apontou algumas coisas muito erradas da sua vida. David, então, admitiu. “Na verdade, sou mau desde que nasci; sou pecador desde o ventre da minha mãe” (Salmo 51.7).
É uma confissão bem dramática e profundamente verdadeira. Por outras palavras, David olhou bem para si mesmo e disse: “Não presto para nada!”
O facto é que “todos pecaram e ficaram longe de Deus” (Romanos 3.23). É este “pecado” que nos separa de Deus e impede que sejamos o sucesso que Deus deseja que sejamos. Portanto, antes de fazermos qualquer coisa, temos que tirar o problema do pecado da nossa vida.
Talvez isso seja mais fácil de entender se eu lhe descrever a situação em termos de um jogador de “snooker” com o seu taco. Nas mãos de um jogador experiente, um taco só pode ser utilizado para jogar: sair de "snooker", acerta na bola da vez, defender uma bola difícil, matar a "sete" e ganhar o jogo. Isso não será possível, no entanto, se o taco tiver sido utilizado de maneira errada, por exemplo: para escorar a porta da garagem ou como poste para um estendal de roupa, apanhando chuva e sol. Neste caso, a ponta do taco ficará irregular e o taco estará completamente torto. Não importa se quem vai jogar com o taco é o Rei do Taco; ele nunca conseguirá um bom resultado se jogar com um taco defeituoso.
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É isto que o pecado faz com a nossa vida. O pecado deixa-nos inutilizáveis. Faz com que nos entreguemos à derrota e digamos: "Não vale a pena! É melhor esquecer. De qualquer maneira, amanhã estaremos mortos. Por isso vamos comer, beber e dormir com quem quisermos. Isso é que é vida!"
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A verdade é que, embora o rei David tenha sido honesto consigo mesmo e tenha reconhecido que era um pecador, não ficou por aí. Clamou a Deus a pedir uma limpeza interior, pedindo a Deus que criasse nele um coração puro. Resumindo, ele fez o que as pessoas que citámos no artigo anterior fizeram. Pediram a Deus: "Lava-me completamente da minha maldade; purifica-me dos meus delitos" (Salmo 51.4).
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Como podes ver, temos opção de escolha: viver conforme Deus quer - ou como nós queremos. As pessoas mencionadas no artigo anterior, como nas entrevistas, embora bem-sucedidas segundo os padrões da sociedade, admitiram que, sozinhas, jamais conseguiriam vencer. Sem Deus, "não eram capazes". Quando se aperceberam disso, entregaram (de novo, a tal palavra) as suas vidas a Jesus Cristo e pediram a Deus que "assumisse o controlo" das suas vidas, em vez de tentarem dirigi-las por si mesmas. Ao tomar essa decisão, receberam de Deus uma força sobrenatural para viver.
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A pessoa verdadeiramente bem-sucedida, descobriu que para ter força para viver - força sobrenatural para viver - precisa de estar correctamente relacionada com Deus.
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Os psicólogos dizem-nos que existe, no íntimo do nosso ser, cinco necessidades básicas. São elas: segurança, aceitação, amor, aventura, criatividade. Estas necessidades são, por vezes, designadas por apetites. Estes apetites, isoladamente ou em combinação uns com os outros, controlam a nossa vida. Eles não são, por si só, bons ou maus. Mas são estes apetites que nos fazem caminhar sobre sobre um tronco e falar com um riacho, contando-lhe os segredos mais íntimos do nosso coração. São estes apetites que, afinal, nos vão empurrar na direcção dos braços de um amoroso Pai Celestial (Deus) ou que, por procurarmos satisfazê-los de forma egoísta ou pervertida, nos lançarão no caminho do inferno.
Se não encontrar em Deus as respostas a esses apetites, a sua natureza humana vai forçá-lo a procurá-las noutro lugar - sem Deus É quando estas necessidades. estes apetites, não são satisfeitos por Deus que nos sentimos desajustados - derrotados. Será sempre assim, até que entre no reino de Deus. Mas uma vez que entre no reino de Deus através de uma relação pessoal com Ele, passará a servir para o papel. Daí para a frente poderá fizer, confiante: "Eu estou entre os que foram chamados por Deus. Fui escolhido(a) por Ele. Tenho um lugar na história."
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Isto é, com certeza, um dos significados da expressão bíblica "nascer de novo". Significa que somos especiais para Deus. Embora tenhamos nascido pecadores e apesar de termos escolhido seguir o nosso próprio caminho, somos salvos pelo sacrifício de Cristo (cruz) - não apenas libertados do nosso passado, mas do medo do fracasso no presente e de uma vida vazia e sem sentido no futuro.
Temos uma grande herança. A força para viver que Deus nos dá é que nos vai dar a capacidade de tomarmos posse dessa herança.